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 DANIEL WALKER


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Homenagens sem critério

 

HOMENAGENS SEM CRITÉRIO

 

Daniel Walker

 

 Uma leitura atenta do livro Juazeiro do Norte, seu espaço físico, do engenheiro Mário Bem Filho, proporciona bons subsídios para julgar o comportamento dos vereadores juazeirenses, nos períodos legislativos anteriores. De um modo geral eles não tiveram nenhum critério para escolha das pessoas que pretenderam homenagear como nomes de rua, praças ou equipamentos públicos e exageram na aprovação de títulos de “cidadão juazeirense”. Aliás, com referência a este item a Câmara Municipal já aprovou tanto título de cidadania juazeirense, cuja outorga foi feita no atacado (em vez do varejo) que terminou encalhando título. Ninguém sabe com exatidão qual foi mesmo o critério (se é que tem) que o Poder Legislativo de Juazeiro do Norte adotou para a outorga desse título, afora, claro,  o de a pessoa contemplada ter nascido em outro lugar. E por ter sido concedido a granel,  tornou-se um título banal, daí por que muitos dos que foram contemplados botaram a maior banca para ir recebê-los. Retornando ao livro de Mário Bem, a gente observa que os vereadores também movidos pela pressa terminaram homenageando a mesma pessoa com nome de travessa, rua,  alameda e avenida. Em outros casos, a mesma pessoa teve seu nome grafado de forma incompleto numa travessa e depois recebeu outra homenagem numa rua ou avenida, mas agora com seu nome completo. E em outros casos mais absurdos ainda, temos duas ruas com o mesmo homenageado, sendo uma com seu nome próprio e outra com seu nome precedido do título ou profissão. Há casos mais grave: pessoas foram homenageadas com nome de rua numa determinada legislatura e mais tarde veio outro vereador e rebatizou a rua, cassando implacavelmente e sem nenhuma justificativa à família o nome do primeiro homenageado. Isto evidentemente causa transtorno à família do homenageado (pela cassação injustificada da homenagem ao ente querido) e à população que já estava bastante acostumada com o nome anterior. E é exatamente por não ter critérios bem definidos que a Câmara de Vereadores de Juazeiro em épocas passadas batizou uma rua com o sugestivo nome de Rua Árvore de Natal, Rua Rotary e Rua Lions Club, abrindo um precedente para que sejam reivindicados também a Rua Associação Comercial, Rua Maçonaria, Rua CDL etc. Há também a Alameda Vaticano, nome bonito para homenagear o Vaticano, porém só depois que ele fizer a reabilitação do Padre Cícero. Com tantos nomes históricos e de pessoas realmente benfeitoras de Juazeiro, os edis do passado batizaram muitas ruas com nomes de fora e portanto sem nenhum ligação histórica ou afetiva com a cidade. E por fim, desrespeitaram a lei que proíbe dar nome de rua (ou obra pública) a pessoas vivas. Estamos falando sobre tudo isso para chamar a atenção dos atuais vereadores de Juazeiro do Norte para o seguinte: 1) Doravante quando forem homenagear  alguma pessoa com nome de rua, façam antes uma consulta ao livro de Mário Bem, pois ele é mais confiável do que o arquivo da Câmara Municipal. Só assim se evitará homenagem em duplicidade. 2) Criem uma comissão para estabelecer critérios que possam orientar homenagens desse tipo e passem a segui-los rigorosamente. 3) Valorizem a homenagem diminuindo a quantidade de títulos de cidadania juazeirense, e quando forem outorgar essa condecoração o façam diante de um rígido critério para que a homenagem seja realmente justa e merecida e 4) Aproveitem o embalo da festa do Centenário de Juazeiro e façam justiça, resgatando nomes históricos que prestaram realmente significativos serviços a nossa comunidade e nunca foram homenageados, dando-lhes nomes de rua, praça, escola etc., mesmo que esses nomes não representem votos... Será pedir demais?

 

 

 

10.05.2009